Há tesouros escondidos em Alfragide!!

Há tesouros escondidos em Alfragide e eu hoje encontrei um!

Quando ainda não posso pegar no carro, ainda não andei de transportes, não embarquei em ubers e afins, nem quero chatear ninguém para me levar onde quero ir, tenho que andar a pé, e andar a pé faz muito bem, principalmente a quem está em casa há mais de um mês!

Os braços não podem embarcar em aventuras, mas as pernas podem, e hoje, peguei nelas e fomos ao Correio: não é longe, mas é uma boa caminhada; e que bem me soube!

Na volta para a Quinta Grande, em vez de fazer o mesmo caminho, resolvi passar por onde nunca tinha andado!

Subi umas escadinhas e logo me senti atraída pela fachada de uma loja, mais precisamente por uns saquinhos de legumes arranjados, que estavam fora da porta, numa bancada!

Achei curioso e um mimo: uma atenção especial para algumas almas apressadas que por ali pudessem passar, amantes de sopa- como eu- e sem muito tempo para a fazer!

Aproximei-me!

Encantada, observei a montra!

E depois entrei!

E senti!

E conheci a Olinda que adora o que faz e tem paixão por velharias!

Entrar ali e conversar com a Olinda foi viajar no tempo! Foi voltar a ver coisas que fizeram parte da minha vida, quer em casa dos meus pais, quer em casa dos meus avós, da minha bisavó e de outros familiares e amigos!

Juntas partilhámos o gosto pelas velharias, se bem que de formas bem diferentes: a Olinda tem comprado algumas coisas e tem recebido outras, de pessoas que lhe sabem dessa paixão e lhe vão oferecendo coisas que já não querem; eu, porque de frente para aquela montra -e depois dentro da loja- fiz uma viagem de regresso ao passado, por entre coisas que usei em todas as casas de família

por onde passei, e dessa forma, foi como que um quase conseguir voltar a essas casas e estar com quem fisicamente já não posso estar, mas que, ao menos, enquanto tiver memória, mantenho-as e guardo-as com amor na montra do meu coração, permitindo-me revisitá-las sempre que possível, ou assim, como hoje, de surpresa!