Porque escreveste isto?

Um dia destes perguntaram me: porque é que escreveste isto?! E eu respondi: porque senti com muita força! Não tive nem tenho outra maneira de explicar porque escrevi aquilo! Nem aquilo nem a maior parte das coisas que escrevo! Acho que sofro do mal de sentir tudo com muita força… mais umas coisas que outras, ou, na verdade, talvez ainda mais umas coisas que outras… ou não! Mas o que é que isso importa?! Sinto e pronto!! Depois vem a escrita… coisa misteriosa!! E dizem me assim: “ah! agora és escritora!” E eu, com um sorriso, penso para mim e para quem quer saber de mim… “agora?! Sim!! Desde a escola primária que foi quando aprendi a escrever!” que deve ter sido mais uma coisa que senti com muita força… o aprender a escrever! “Agora” foi um ontem que num instante se tornou hoje e é neste hoje, dum tempo que passa a correr, que quando a inspiração me visita debaixo de alegrias e/ou tristezas me faz sentar e tentar traduzir por palavras o que vou sentindo com muita força…! E esta força que cada vez sinto com mais força que vem não sei donde… leva-me para este beco sem saída… chamado escrever, escrever e escrever! Chamo lhe beco sem saída porque quando dou por mim estou a pensar como se estivesse a escrever!! Estou a pensar em mim a escrever!! E como eu queria estar mesmo a escrever!! Aliviava me com certeza o coração!! Nesta era das modernices às vezes dava-me jeito que uma máquina qualquer me lesse os pensamentos e os escrevesse na hora! Isso sim, seria perfeito!! Sem acordos ortográficos, sem filtros… sem nada! Tudo o que eu sentisse com muita força!! Ali!! Escarrapachado!! Até eu me ia admirar do que tinha escrito!! Quanto mais os outros!!

Texto de Abril de 2017